O olhar é tímido, acompanhado dum frenético bater de asas… o dia abanca neste preciso instante… os olhos são carícia trauteada de caril, lá de trás dos montes ouço quando o recorte dos pinheiros pintam a montanha de concórdia. Também ela se julga dona de si quando o abraça, quando o envolve e acaricia… será só surpresa ou haverá um clarão por detrás do sol… ingénua, ter-lhe-á tocado ao de leve… todo o torso dele se faz ao mar, brioso de calor.
Clara, sorri ao bebericar da chávena de café e ao ostentar, no olhar, o espectro da noite que passa para trás do dia…
Diz-lhe, queres voar?
Fica à escuta, muito parada, de pé, longamente.
Nuno Monteiro
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