segunda-feira, 31 de agosto de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

as minhas questões...


Quanto mais sal quanto mais mar será preciso que todos os rios se deslumbrem quanto mais areia será do vento quanto outro ouro quanto outro machado será do sangue haverá sopro haverá palavras serei eu o louco saberás tu quando cruzar os ares quantos amigos em mim congregam-se as forças da volúpia e desfazem-se os acordes desmancham-se as montanhas pedra por pedra haverá algo mais sairemos deste sufoco saberemos convalescer. Haverá ilha haverá praia chegará até nós o vento do sul poderemos atirar pedras sangraremos férteis chegaremos para todo o choro seremos algum dia heróis....


Creio em cores e em difusos sóis creio em verde creio em opalas creio em todo o céu que te envolve...


Onde anda a juventude onde param as ilhas da tua irlanda onde és tu onde vives tu onde te despes onde te acautelas onde te acobardas onde te sacias...


Que falta de crítica que texto engomadinho que suporte antagónico que sentido de estado. Não há uma pinga de sono na tua face?!


escreves sempre assim?! que exagero de pontuação! que risada que bela fenda que pudor de febre!

A violência e o escárnio


(...) - Estava à tua espera, meu príncipe! disse ela. Sonhei contigo a noite passada. Ias montado num cavalo branco e matavas um dragão medonho. Mas o dragão voltava a nascer de cada um dos teus golpes, e nunca morria. E nessas ocasiões, tu, príncipe, rias-te como um perdido... E eu bem sabia por que razão te rias. Na verdade, não querias matar o dragão; o dragão divertia-te tanto que não o querias matar. (...)

Albert Cossery, a Violência e o escárnio, tradução de Júlio Henriques edição Antígona

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Viagens...


(...) E nós, que da viagem sentimos a maravilha, que, tal como Nils, descobrimos como as "palavras encadeadas umas nas outras podem causar tanta alegria, tanto entusiasmo", vamos ra o nosso ganso que há muito decerto nos espera. E partamos depressa, pois a liberdade, a harmonia, a vida, são belas mas esquivas e diz-se que não gostam de esperar.

Graça Vilhena, prefaciando a obra A maravilhosa viagem de Nils Holgersson através da Suécia - Biblioteca editores independentes

Revista única - Paula Teixeira da Cruz


Costuma dizer que é o produto acabado da mestiçagem. Porquê?


Porque tenho ascendência alemã por parte da minha mãe, o meu pai é português e nasci em Angola. Portanto sou um produto de um conjunto de cruzamentos circunstanciais. E só tive vantagens nisso porque me permite uma interculturalidade que, com a falência deste mundo e a emergência de novos mundos, deverá ser o próximo passo para uma solução global, a nova ordem após a globalização.

Paula Teixeira da Cruz, in revista única 15 de Agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O sangue dos outros


"... como se não ocupássemos, cada um, um lugar na terra; como se cada um não fosse não fosse para os outros um obstáculo; cada um somente por si próprio e existindo ao lado dos outros, sem nunca se achar separado deles: um outro mais. Cantavam todos a magia da liberdade, a força da fraternidade e a glória soberana de se ser um homem..."

Simone de Beauvoir, O sangue dos outros. Publicações Dom Quixote, numa tradução de Miguel Serras Pereira

domingo, 16 de agosto de 2009


(...) A presença do avô Leonardo continuava a sentir-se mesmo depois de morto, como a de todas as pessoas que transportam em si uma força oculta. A sua personalidade muito vincada ficara a imperar, mesmo naqueles que nem sequer o tinham conhecido. Lá estava a sua nobre fisionomia, a testa ampla, a grande barba negra e, no olhar, uma serenidade transcendente. Penetrava-nos uma súbita calma ao encarar, casualmente, os olhos do retrato. Aqueles olhos diziam que havia, mesmo sobre a Terra, um lugar de repouso. Onde? Como é que o avô Leonardo lá tinha chegado? Que caminhos percorrera?
O avô Leonardo amava os bichos, as crianças e os homens... Acima de tudo, talvez a Terra..., talvez Deus. Confundia as duas coisas. (...)

Graça Pina de Morais, A origem. Edição Antígona

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tom Waits

Monódia



«Tê-lo conhecido, tê-lo amado
Após longa solidão;
E depois dele ser apartado em vida,
E sem culpa alguma de um de nós;
E agora perante o selo da morte —
Apazigua-me, dá-me alguma paz, canção minha!

Em montes invernosos seu talude solitário
Lençóis brancos de neve cobrem,
E sem lar, ali, o tentilhão branco paira
Sob a funérea sombra do abeto:
Vítrea agora, pois de gelo coberta, a vinha claustral
Que escondeu a mais tímida uva.»*

Herman Melville

Algures na década de 1930, um ensaísta americano considerou que era tempo de descobrir a obra poética de Herman Melville. Este é o meu modesto contributo nesse sentido para os leitores de língua portuguesa.
Mário Avelar

* Segundo alguns críticos, este poema referir-se-á a Nathanael Hawthorne, a quem o poeta dedicara Moby-Dick. É, todavia, mais crível que ele se refira a Malcolm, o filho mais velho de Melville. O poema foi, aliás, escrito após o suicídio deste.

Adaptado de: http://phala.wordpress.com/2009/07/06/os-poemas-de-melville/

The Who - Rolling Stones Rock and Roll Circus

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas