“Sim, o trabalho havia de pedir contas ao capital, a esse Deus impessoal, desconhecido do operário, escondido ninguém sabia aonde, no mistério do seu tabernáculo, onde sugava a vida aos famintos que o nutriam. Lá iriam, haviam de lhe ver enfim a cara ao clarão dos incêndios, afogá-lo em sangue, a esse porco imundo, a esse monstruoso ídolo enfartado de carne humana.
Aos raios inflamados do astro, por aquela manhã de juventude, era daquele rumor que a campina estava grávida. Surgiam homens; um exército negro, vingador, que germinava lentamente nos alqueives, nascendo para as colheitas do século futuro, e cuja germinação não tardaria fazer estoirar a terra.”
Émile Zola, Germinal
Sobre este excerto, este excerto desse tão grande texto, eu, enfiado num mundo em crise e acorrentado como um criminoso em seio de homens justos, eu, sentindo acirrar sobre mim as nuvens do desassossego, eu, trabalhador e assalariado, do fundo deste poço desta minha tão parca condição julgo apropriado berrar:
-Reinvente-se o mundo e atribuam importância às pessoas, surjam estadistas, surjam heróis, visionários.
Dezenas de anos depois o mundo está perfeitamente na mesma.
Comece-se pela educação! Mostre-se o mundo às gerações vindouras pelo prisma apuradíssimo dos grandes escritores – talvez dos únicos altares que nos restem.
Aos raios inflamados do astro, por aquela manhã de juventude, era daquele rumor que a campina estava grávida. Surgiam homens; um exército negro, vingador, que germinava lentamente nos alqueives, nascendo para as colheitas do século futuro, e cuja germinação não tardaria fazer estoirar a terra.”
Émile Zola, Germinal
Sobre este excerto, este excerto desse tão grande texto, eu, enfiado num mundo em crise e acorrentado como um criminoso em seio de homens justos, eu, sentindo acirrar sobre mim as nuvens do desassossego, eu, trabalhador e assalariado, do fundo deste poço desta minha tão parca condição julgo apropriado berrar:
-Reinvente-se o mundo e atribuam importância às pessoas, surjam estadistas, surjam heróis, visionários.
Dezenas de anos depois o mundo está perfeitamente na mesma.
Comece-se pela educação! Mostre-se o mundo às gerações vindouras pelo prisma apuradíssimo dos grandes escritores – talvez dos únicos altares que nos restem.
Nuno Monteiro
1 comentário:
parabéns pelos trabalhos (textos, artigos...) e pelo blogue!!!
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