«Não estás quieto, Maynard, tens um bichinho dentro de ti, ou então é a febre, a que tens no corpo, e todas as outras febres, as de descobrires coisas que não devias descobrir porque te fazem mal, porque afinal tu és pura e simplesmente o tal rapazinho que nunca deixaste de ser, trémulo perante as coisas, eternamente desabituado de olhar a verdade de frente, e agora já velho, de cidade para cidade, olhando as paisagens que encontras quando te voltas para dentro, os lugares mais desabitados do mundo atrás dos teus olhos fechados. Merda para isto, a febre há-de passar, e então tudo será mais simples, isso de te sentires desgraçado é muito menos profundo do que parece, de resto até acho que resolvo o assunto numa penada e nunca mais penso nisso. Que esperas tu das pessoas, Maynard? Olha para ti próprio e vê lá o que vês. Não olhes, rapaz, não penses nisso, assobia, olha para as pernas das garotas, limpa a arma e segue em frente.»
O autor deste blogue agradece ao Bibliotecário de Babel.
Ao autor de “O que Diz Molero” agora com saudades, ainda e sempre a inquietar, há tanto de Maynard em mim…
Nuno Monteiro
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