“A cultura não é um mero suplemento de que usufruem as sociedades humanas por contraste com as sociedades animais. É ela que institui as regras–normas que organizam a sociedade e governam os comportamentos dos indivíduos; constitui o capital colectivo dos conhecimentos adquiridos, dos saberes práticos aprendidos, das expectativas vividas, da memória histórico-mítica, da própria identidade de uma sociedade.”
Edgar Morin, “Para uma sociologia do conhecimento”
Da revista Única, Expresso 1876 11 de Outubro de 2008
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Vivemos numa época de esquizofrenia, com um pé no hoje, e até, nalguns casos, vivemos com um pé no amanhã, e o outro pé ficou atrás.(Saramago)
Na idade média.(Pilar)
Exactamente. Nós somos assim, doentes e não fazemos nada. Faz-se tudo para curar as doenças que sobrevêm à doença de origem, mas muito pouco para enfrentar essa doença de origem. Se não parecesse pretensioso com isto…mas enfim, atrevo-me a dizê-lo: acho que na sociedade actual falta-nos filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência. Falta-nos reflexão, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma. (Saramago)
Obrigado Saramago por te atreveres. Até quando será preciso atrevimento para se poderem dizer as verdades fundamentais?
E já agora, será ou não esta esquizofrenia o resultado sombrio de uma sociedade sem identidade que nunca tratou da raíz ético-cultural dos seus por ter tanto descurado a educação? Fica a questão.
Nuno Monteiro
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