Sábado,
vertiginosa queda a de Clara. Acordara em sobressalto e aclareara por dentro de um casulo cinza, pouco espaçoso. Despida, via a corrente fria de um rio. O último rio. Habitara os pés por dentro das águas. E por dentro das águas não havia o casulo cinza. Habitava-se à água e a pouco submergia… acimava-se do fundo pedregoso… curvava-se sobre as águas… pousava pouco a pouco no ventre silencioso. O romance que acabaria por escrever chamar-se-ia “por dentro das lágrimas” e o herói seria um gato oleiro.
(um burrico salteador, um carreiro longo e estreito e a já citada escultura em barro)
Domingo,
resplandesceria de fé, numa seara qualquer. O burrico dera-lhe a conhecer o mundo mágico de Blimunda.
Nuno Monteiro
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