domingo, 20 de junho de 2010

Pirilampos


Quando eu era pequenino, por vezes, organizávamos saídas, eu mais os meus amigos, e deambulávamos pelos campos, noite dentro, a olhar os pirilampos. Que pulavam em bandos, incoerentes, incongruentes, mas vivos. Quão vivos. As casas eram por ali perto e os amigos eram os do bairro, eram um magote de pés rapados… abertas as mãos e saltaricando, até cansar, até vir o sono…
Mas o que eu quero realmente dizer é que:
Os pirilampos gostavam que nós os fôssemos visitar! Por isso riam enquanto saltitavam insanos;
Eu não podia deixar de pensar que era uma corrida à desfilada, essa corrida nossa, muito pura, muito pueril…
Ontem!
Saí de casa eram quase dez horas. Avizinhava-se uma noite abafada quente. Igualzinha às noites da minha infância. Nem um! Por onde andariam?

Clara! Talvez tu me possas dizer onde se refugiam os pirilampos… sabes, já compreendeste o que sinto… para além de muito bonita e corajosa, também és inteligente…
Nuno Monteiro

Sem comentários:

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas