terça-feira, 15 de junho de 2010

Perlimpimpim

Uma flor, deitada na esteira da primavera
Espera paciente pelo fim
A água, alegre, canta enquanto rebola
Sons que se desfazem como chocolate
Havia um azul lá ao fundo
Que pintava de vermelho as unhas dos pés dela…
E na flor
Acocorou-se uma abelhita
Que pouco tinha de bonita
Prenha de amor
E como era pequenita essa prenhe barriguita…
Essa flor, deitada na esteira das crianças
Espera paciente por mim
Chuva alguma, algum dia a tomará de febres
Num prado de cores, pequenita, sarapintada de alices
Espreita valente da sala dos anjos enquanto calça umas socas
Apenas mais um conto
Nessa campanha que é o campo
Ao fundo…
Os moinhos
Em mim…
As torgas
A abelha surgia do nada e gritava aplenos pulmões que o sonho se não fora ainda…

Nuno Monteiro

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas