Há muito quem queira afirmar que esta é a segunda geração rasca. A primeira foi a minha. Com que orgulho foi a minha. E agora a geração que foi a geração rasca está de tanga e à rasca. Por outros motivos, de outras idades. Mas não é sobre mim que eu quero aqui falar. Também não sobre a minha geração. Outros ventos outras alturas. Este texto é para os meus alunos. Para dizer aqui bem alto que os tenho sentido diferentes. Para lhes dizer tão alto que são meus alunos. São meus. E que orgulho. Com que orgulho. E que os alunos são os mesmos. São tão os mesmos. Iguaizinhos aos de outrora, olhai tão iguais a mim, ao tempo deles. E vem esta lenga-lenga a propósito de quê. A propósito de um repto e de um trabalho. Que mais se não diz. Que mais se não torna necessário. Porque eles estão a estudar e a trabalhar. Daí o meu orgulho. Porque o meu orgulho revejo-o nos meus alunos. Em todos eles.
Porque ontem os vi atrapalhados. E atrapalhados porque estavam imbuídos de uma missão. E como eu gostei de os ver atrapalhados. Porque estavam em demanda de algo maior que eles. Porque então foram maiores que eles. Porque foram então maiores que eu e que tu meu camarada professor. Porque em meio de adversidade deram provas de uma maturidade que eu julgava já perdida. E imaginai lá o que foi necessário – deixá-los ser eles mesmos, deixá-los navegar à borla. E como se governaram eles apesar dos antagonismos. Quanto orgulho por serem os meus alunos. E porque sei que o fazem para agradar. Porque sei que o fazem para corresponder. Para não defraudarem as expectativas.
Por isso eu não acredito em gerações rasca. Mesmo que o dia corra mal, mesmo que a aula corra mal e mesmo que as notas não sejam as melhores. Porque os meus alunos estarão sempre lá, ao fim da estrada, porque ao fim serão sempre eles, serão eles que me lerão, serão os que me ouvirão. Tão decentemente já o fizeram. E tão bem o sabem fazer. E então como será? De futuro nada sei. Sei que a palavra permanecerá. A mim nada mais precisam de provar. Porque eu finalmente vi de que cepa sois feitos. Vi Torgas em cada um de vós. Vi alvura e sinceridade.
Em tempo de crítica fácil e de mau trato ignóbil e de inveja, os meus alunos tiram as pedras do caminho e fazem-se mesmo ao caminho. Estarei a ser benévolo de mais. Não. Julgo que apenas justo. Por isso, aos meus alunos, e sem mais contemplações, sem falsos julgamentos e sem pudores. A verdade concisa e arrebatadora. Repudiai todos os epítetos com que vos tratam os incautos e mostrai o empenho que vos salvará e a verdade que vos levará para além das nuvens. E muito obrigado por todo o trabalho que quiseram ter. Muito obrigado pelo convite. E muito obrigado pelas palmas. Essas devolvo-as sob a forma deste texto que é para vós.
Nuno Monteiro
Porque ontem os vi atrapalhados. E atrapalhados porque estavam imbuídos de uma missão. E como eu gostei de os ver atrapalhados. Porque estavam em demanda de algo maior que eles. Porque então foram maiores que eles. Porque foram então maiores que eu e que tu meu camarada professor. Porque em meio de adversidade deram provas de uma maturidade que eu julgava já perdida. E imaginai lá o que foi necessário – deixá-los ser eles mesmos, deixá-los navegar à borla. E como se governaram eles apesar dos antagonismos. Quanto orgulho por serem os meus alunos. E porque sei que o fazem para agradar. Porque sei que o fazem para corresponder. Para não defraudarem as expectativas.
Por isso eu não acredito em gerações rasca. Mesmo que o dia corra mal, mesmo que a aula corra mal e mesmo que as notas não sejam as melhores. Porque os meus alunos estarão sempre lá, ao fim da estrada, porque ao fim serão sempre eles, serão eles que me lerão, serão os que me ouvirão. Tão decentemente já o fizeram. E tão bem o sabem fazer. E então como será? De futuro nada sei. Sei que a palavra permanecerá. A mim nada mais precisam de provar. Porque eu finalmente vi de que cepa sois feitos. Vi Torgas em cada um de vós. Vi alvura e sinceridade.
Em tempo de crítica fácil e de mau trato ignóbil e de inveja, os meus alunos tiram as pedras do caminho e fazem-se mesmo ao caminho. Estarei a ser benévolo de mais. Não. Julgo que apenas justo. Por isso, aos meus alunos, e sem mais contemplações, sem falsos julgamentos e sem pudores. A verdade concisa e arrebatadora. Repudiai todos os epítetos com que vos tratam os incautos e mostrai o empenho que vos salvará e a verdade que vos levará para além das nuvens. E muito obrigado por todo o trabalho que quiseram ter. Muito obrigado pelo convite. E muito obrigado pelas palmas. Essas devolvo-as sob a forma deste texto que é para vós.
Nuno Monteiro
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