terça-feira, 6 de outubro de 2009

mais elementos mais


afinal sempre chegou...

"a minha será sempre uma face de belo e uma face de horrível, a minha luz será sempre uma luz que cerca e sufoca..." ou não seria a minha face!ou não seria a minha luz!
quem vês não sou eu, é quem eu deixo ver, quem eu deixo parecer que sou. só sou eu no meu ninho, nos meus voos de ave liberta e libertadora, o que vês é tão-só uma sombra da ave, presa e predadora...
sem luz não se me abrem as asas

sem luz não se me abrem horizontes

sem luz sou ave de rapina

sou abutre
com luz

...

gaivota

...
muitas vezes eu não sou eu, sou outras... numa unidade que é dualidade.
"ao fim da estrada é a mim quem vês banhada em lágrimas"... lágrimas de alegria porque cheguei ao fim da estrada.


A negra e escura estrada que é o ermo lodoso onde me deixo deslizar durante todos os dias moles de purgatório e de penas.


Mas hei-de chegar, definitivamente, ao fim!!! E nesse dia, serei gaivota eternamente livre.


Dina Cruz

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas