terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2 poemas


Infinito…
Imenso…
Azul…
O mar!

Infinito azul de frescor e vida…
Infinito azul de imensidão e revolta…
Azul, azul, azul…

Esconderijo secreto de mistérios insondáveis
Habitáculo de escuridão e vazio
Berço de poemas e canções
Túmulo de viajantes e marinheiros
Destino de longínquas paragens
O mar!

Azul, azul, azul…
Imenso
Infinito
O mar!

Do ventre da terra
Nascem dias cinzentos
De escuridão e ausência
Solta-se o negro das almas
E escorrem,
Das mãos,
Os ódios e raivas do passado

É manhã!
E do cume dos montes
Resvala uma luz tépida e mole
De pretenso viço

Nada cresce
Na aridez dos penhascos
Nada vive
Na solidão do monte
Nada se ilumina
A solidão dos homens
Nada permanece
Na podridão dos dias!

Tudo perece…
Tudo fenece

Dina Cruz

Sem comentários:

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas