O mundo enfuna as velas de um sorriso inócuo e caminha em frente, desgarrado do seu passado e tão imune quanto obcecado. Num autismo desgraçado. Vivendo ou sobrevivendo numa dualidade tão vincada - sintoma de alguma patologia grave. O homem não consegue viver sem a sua indústria colosso de soberba num iate que não poderá singrar vivendo dela. Daqui, deste facto que se insurge cada vez mais como certeza, sai um homem cabisbaixo, desapiedado, egoísta, ignóbil. Senão vejamos:
que dirás tu dos grandes desastres ambientais a que temos de forma tão incólume e que tanto prejuízo e dolo têm causado num mundo que nos gerou e nos mantém!;
que dirás tu das fortunas colossais e dos pobres colossais que pululam por esse mundo feito abismo;
que dirás tu da perda de valores e da dessacralização da vida a que os últimos cem anos têm tão fatalmente assistido?;
O mundo empurra as velas e parte em busca de mais e mais uma pegada que engolirá terras e mares e cedo procurará novos mares. Parece não ter fim a ânsia de soberba. Parece sem fim o ego humano.
Nesse contexto o aquecimento global é uma das faces de uma moeda tão especial – caracterizada por isso mesmo – ter tantas faces mas que radicam no estilo do homem. O eterno desejo do homem de ter mais, de sentir mais, de ver mais, numa espiral que cedo se concluirá bastarda, surge já denunciado na literatura e na música. Como sempre, primeiro as artes. E como quase sempre, enquanto nas artes, haverá ouvidos de desatenção e olhos descrentes. Haverá cegueira. Vacuidade e inocuidade. Quão perniciosa. Especialmente para ti que não nasceste ainda. Ou ainda para ti que te não formaste ainda.
E esta é uma carta dirigida a todos os homens que não terão percebido ainda quão dura será a vida depois do ouro negro. Depois do fim. A todos os zelosos pagadores de impostos e a todos os cumpridores destas leis tão injustas. Sabei que nada fazer apressará o fim. Sabei que todos os nossos empregos se perdem por um e só um motivo. E esse motivo é um falso valor, um não valor. A descrença no simbolismo intrínseco da espécie. A única canibal de si mesmo. Que não olha a meios para atingir os fins. Devereis perguntar a vós próprios para que serve um carro que não anda ou um barco que não navega ou ainda um almirantado sem aviões. Ou para que servirá uma casa despida de gente! Devereis inquirir junto de vós próprios o que significa viver três vidas dentro de uma só. O que é desbastar três terras em vez do quintal que te deveria caber? Como te sentirias se te enfiassem resoluto num avião sem gasolina? Acaso julgas que planarias? Ou quão ignorante pensas tu ser na gestão do meio ambiente que desgarradamente te vai faltando e fugindo a cada nova chamada. Acaso julgarás que não tens tu também a tua quota-parte de culpa? Ou quererás com pundonor continuar culpando os outros? Em meio disto tudo calca omnipresente e omnipotente a ignorância de que todos somos feitos. O desconhecimento! A falta de educação! Que é tão necessário reconhecer. Doutra forma restará apenas o desalento. A desilusão e o choro. Pobres e mendigos e escravos e explorados. E mais pobres e paupérrimos junto de um futuro que fenece e de um presente sombrio cinzento dos dias que correm chuvosos. Será das alterações climáticas? Ou será do homem? Ou ainda dos desertos que te levaram a terra e a família? Ou das colheitas incertas e o lucro que não existe. A falta de dinheiro e o apodrecimento das hipotecas. E da falta de pagamento surge o primeiro banco falido. E depois do primeiro há todo um chorrilho de lamentações junto de mais e mais falências. E se os bancos não arrastassem as indústrias! Das indústrias à fome trava-se uma batalha tão pequenina. Fome! Essa triste canalha. Que condena ao infortúnio. Essa fome que forja do aço mais e mais escravos e abismos.
que dirás tu dos grandes desastres ambientais a que temos de forma tão incólume e que tanto prejuízo e dolo têm causado num mundo que nos gerou e nos mantém!;
que dirás tu das fortunas colossais e dos pobres colossais que pululam por esse mundo feito abismo;
que dirás tu da perda de valores e da dessacralização da vida a que os últimos cem anos têm tão fatalmente assistido?;
O mundo empurra as velas e parte em busca de mais e mais uma pegada que engolirá terras e mares e cedo procurará novos mares. Parece não ter fim a ânsia de soberba. Parece sem fim o ego humano.
Nesse contexto o aquecimento global é uma das faces de uma moeda tão especial – caracterizada por isso mesmo – ter tantas faces mas que radicam no estilo do homem. O eterno desejo do homem de ter mais, de sentir mais, de ver mais, numa espiral que cedo se concluirá bastarda, surge já denunciado na literatura e na música. Como sempre, primeiro as artes. E como quase sempre, enquanto nas artes, haverá ouvidos de desatenção e olhos descrentes. Haverá cegueira. Vacuidade e inocuidade. Quão perniciosa. Especialmente para ti que não nasceste ainda. Ou ainda para ti que te não formaste ainda.
E esta é uma carta dirigida a todos os homens que não terão percebido ainda quão dura será a vida depois do ouro negro. Depois do fim. A todos os zelosos pagadores de impostos e a todos os cumpridores destas leis tão injustas. Sabei que nada fazer apressará o fim. Sabei que todos os nossos empregos se perdem por um e só um motivo. E esse motivo é um falso valor, um não valor. A descrença no simbolismo intrínseco da espécie. A única canibal de si mesmo. Que não olha a meios para atingir os fins. Devereis perguntar a vós próprios para que serve um carro que não anda ou um barco que não navega ou ainda um almirantado sem aviões. Ou para que servirá uma casa despida de gente! Devereis inquirir junto de vós próprios o que significa viver três vidas dentro de uma só. O que é desbastar três terras em vez do quintal que te deveria caber? Como te sentirias se te enfiassem resoluto num avião sem gasolina? Acaso julgas que planarias? Ou quão ignorante pensas tu ser na gestão do meio ambiente que desgarradamente te vai faltando e fugindo a cada nova chamada. Acaso julgarás que não tens tu também a tua quota-parte de culpa? Ou quererás com pundonor continuar culpando os outros? Em meio disto tudo calca omnipresente e omnipotente a ignorância de que todos somos feitos. O desconhecimento! A falta de educação! Que é tão necessário reconhecer. Doutra forma restará apenas o desalento. A desilusão e o choro. Pobres e mendigos e escravos e explorados. E mais pobres e paupérrimos junto de um futuro que fenece e de um presente sombrio cinzento dos dias que correm chuvosos. Será das alterações climáticas? Ou será do homem? Ou ainda dos desertos que te levaram a terra e a família? Ou das colheitas incertas e o lucro que não existe. A falta de dinheiro e o apodrecimento das hipotecas. E da falta de pagamento surge o primeiro banco falido. E depois do primeiro há todo um chorrilho de lamentações junto de mais e mais falências. E se os bancos não arrastassem as indústrias! Das indústrias à fome trava-se uma batalha tão pequenina. Fome! Essa triste canalha. Que condena ao infortúnio. Essa fome que forja do aço mais e mais escravos e abismos.
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