sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cantiga de amigo


Em meio de mim
Enovelam-se tuas mãos
Surges tu
Como parte da floresta
E enfeitiças
Sorris
Fumas teu cigarro
Sou de todo o mato que te tem cativa
E te dá guarida
Sou do ar que respiras
Da miragem que tu não és
Da melodia que tu instilas
E dos cheiros que me inebriam
Sou da terra que pisas e
Dos cumes que te vislumbram
Onde surges
Por fim
Alva e hercúlea
Enquanto azálea
Altaneiro castelo e muralha
Da rosa da tua janela

Nuno Monteiro

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas