sexta-feira, 26 de junho de 2009

Não há forma de romper a aurora


Pois não
E que pena
Pobre bela
Desfigurada e desnutrida
Pobre mulher
Ouves os tiros que te mostraram a morte
Sentes as marcas dos ferros
Olhas o caminho de casa
Mas não tens pão
Não tens vida
És um morto caminhante
Um punhado de peste
Odeiam-te
Atrasam-te
Azedas…longamente…contaminas…

Voltaste costas ao mundo e não acreditas nem em ti.
És o âmago da montanha…
Foges das luzes que te magoam

E ficas velha e desfigurada
E depois foges outra vez…

Nuno Monteiro

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas