«O final dos finais, meus senhores: o melhor é não fazer nada! O melhor é uma inércia consciente! Por isso, viva o subterrâneo! Embora eu tenha dito que sofro de uma inveja biliosa pelo homem normal, não gostaria de ser ele nas condições em que o vejo (embora não deixe de o invejar. Não e não, aconteça o que acontecer, o subterrâneo é mais vantajoso!). Lá, pelo menos, pode-se… Eh, lá estou eu outra vez a mentir! Minto porque sei, como dois mais dois serem quatro, que não é o subterrâneo que é melhor, mas qualquer outra coisa, completamente outra, a que eu aspiro mas nunca mais encontro! O subterrâneo para o raio que o parta!»
Fiódor Dostoiévski, in "Cadernos do subterrâneo" assírio & alvim, 2000 trad. Nina Guerra e Filipe Guerra
Retirado de O Café dos Loucos
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