domingo, 4 de janeiro de 2009

O Monte das Oliveiras

Vivo das trevas tuas amigas
Sou dos abrigos que tu benzeste
E dos instantes em que tu sorris
Agito as bandeiras que tu encerras
Grito os hinos dos teus chefes

Fujo quando foges das terras caídas
Escapo aos silvos das bombas que matam
E sento e almoço dos escombros do cimento
E desço ao pó das oliveiras ali tão perto

Onde pára o homem?
Onde gritas oh humanidade!

Das mães que enterram os filhos
Dos filhos que fogem da fome
Dos aviões que não param que não cessam
Dos estilhaços dos choros das múmias

Onde se esconde a claridade
Onde silvas tu que esperas onde buscarás tu salvação tamanha!

Nuno Monteiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Vou lendo o que aqui deixas e não sei se é este o post onde o comentário vem mais a propósito. No entanto, parece-me que este link que te deixo para uma música que já não ouvia faz algum tempo, talvez não seja a despropósito http://www.digihitch.com/road-culture/music-lyrics/1567

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas