De súbito cessou a vontade. Ergam-se espelhos e aclamai o amanhã. Sintamos o presente enquanto ele cá está. Qual poesia qual pequeno andrajo. O mundo é dos loucos eflúvios durante os quais tu fazes fortuna. Com bocados de papel e um sorriso de esperança. Quem tem espaço para ler poesia? Onde parará o fogo que puxa por nós? Queiramos ser gente sem ter um tostão. E alberguemos o alter que é o nosso positivo amigo. Cessou a vontade de escrever e então faço natureza. Dou asas a mim mesmo e serei borboleta doravante. Porque delas eu quero as cores e o voo. Delas eu engendro alguma nova pátria onde todos olhem e parem e sintam e cheirem. Porque de súbito cessou a vantagem. Cessaram os livros e os dicionários. Cessaram os berros dos idiotas que me contaminam. Fumemos. Fujamos. Alcancemos o céu montados nesses burricos que como carreiros se erguem fronteiros entre fragas de pinga-amor e descalcemo-nos, viremo-nos do avesso até que o sol se ponha. E gritemos que o que somos, o mais que sofremos, todos os nossos fantasmas são infinitos eus rarefeitos ou contrafeitos na magia do entardecer.
Quanta razão precisarás tu de ter? nem uma. Chega-te a vida e um bocado de pão. Uma elegia do futuro na minha pena tão sofrida. E para que trazes o sofrimento? Que falta cá faz. Pinta da cor amarela. Que é a cor do sol. Ou pinta de rosa que é a cor do sonho. E já que sonhas quanta razão podes encaracolar de volta da espiral que te é mastro e alforge, sombra e farol, elegia e beleza. Quanta! Infinda. A vida não ocupa espaço. Como o som da poesia não ocupa tempo. Abeiremo-nos do penhasco e ouçamos o resfolegar do mar. ouçamos o crepitar da lareira. Ou a chuva daninha que zomba da pedra quando a afoga!
Quem tem corpo imenso para olhar e sorver poesia? Quem deseja outra vida que não a da borboleta. Quem quererá ser chuva sangue e suor! Por mim já o repeti. Cego ao olhar para ti, musgo da encosta. Emudeço de chapinhar tuas águas rio de montanha. Ulisses ele mesmo em meio de trombeta ouvia as pedras que torpedeavam das montanhas e caminhou por sobre oceanos de insignes figuras.
E esta república, que reparo nos merecerá? O horror das entranhas. As vísceras dum porco. As borras do café, que eu retiro do rio, cedo na manhã. As borras do vinho que beberei contigo em alguma fraga pedregosa olhando o Douro de manhã bem quente. Casa vazia onde se tratam banalidades. Como um deserto de ideais, como um amanhã sem revolução. Será isso talvez. Um torcicolo e um hemiciclo o vermelho e o verde e o “patois” que eles julgam que falam lá do alto do palanque ou sentadinhos na cadeira.
Quanta razão precisarás tu de ter? nem uma. Chega-te a vida e um bocado de pão. Uma elegia do futuro na minha pena tão sofrida. E para que trazes o sofrimento? Que falta cá faz. Pinta da cor amarela. Que é a cor do sol. Ou pinta de rosa que é a cor do sonho. E já que sonhas quanta razão podes encaracolar de volta da espiral que te é mastro e alforge, sombra e farol, elegia e beleza. Quanta! Infinda. A vida não ocupa espaço. Como o som da poesia não ocupa tempo. Abeiremo-nos do penhasco e ouçamos o resfolegar do mar. ouçamos o crepitar da lareira. Ou a chuva daninha que zomba da pedra quando a afoga!
Quem tem corpo imenso para olhar e sorver poesia? Quem deseja outra vida que não a da borboleta. Quem quererá ser chuva sangue e suor! Por mim já o repeti. Cego ao olhar para ti, musgo da encosta. Emudeço de chapinhar tuas águas rio de montanha. Ulisses ele mesmo em meio de trombeta ouvia as pedras que torpedeavam das montanhas e caminhou por sobre oceanos de insignes figuras.
E esta república, que reparo nos merecerá? O horror das entranhas. As vísceras dum porco. As borras do café, que eu retiro do rio, cedo na manhã. As borras do vinho que beberei contigo em alguma fraga pedregosa olhando o Douro de manhã bem quente. Casa vazia onde se tratam banalidades. Como um deserto de ideais, como um amanhã sem revolução. Será isso talvez. Um torcicolo e um hemiciclo o vermelho e o verde e o “patois” que eles julgam que falam lá do alto do palanque ou sentadinhos na cadeira.
Nuno Monteiro
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