Há tanto frio lá longe
Há ainda mais em mim pois eu sou pobre
Tanta neve lá em cima
No temor da meia-noite
Eu sou a noite e a neve
Sou a falta de afectos
De onde todos fogem
Sou a falta de vida
Sou voragem do riso
Tempo invernoso como o dia de hoje
E durmo ao relento enquanto pobre
Vejo os cumes debruados de oiro
E não os toco
Sinto a aragem que desce a montanha
E não a toco não a sugo
Então que sou?
De que sirvo?
Há tanto frio dentro de mim
Tanta neve calcada
Sem serventia alguma
Fenece Ó dia!
Espero-te na primeira assoalhada a contar do último nevão.
Nuno Monteiro
Há ainda mais em mim pois eu sou pobre
Tanta neve lá em cima
No temor da meia-noite
Eu sou a noite e a neve
Sou a falta de afectos
De onde todos fogem
Sou a falta de vida
Sou voragem do riso
Tempo invernoso como o dia de hoje
E durmo ao relento enquanto pobre
Vejo os cumes debruados de oiro
E não os toco
Sinto a aragem que desce a montanha
E não a toco não a sugo
Então que sou?
De que sirvo?
Há tanto frio dentro de mim
Tanta neve calcada
Sem serventia alguma
Fenece Ó dia!
Espero-te na primeira assoalhada a contar do último nevão.
Nuno Monteiro
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