quarta-feira, 13 de maio de 2009

A terra vermelha do sangue derramado


São as pequenas belezas as que nos encantam tanto
São os pequenos nadas
Os belos castelos
E a tua gloriosa maneira de ser

São os vitupérios frios do deserto
As meadas indescritíveis da moda da macaca
Os insubmissos rios que pululam por sobre a tua imaginação
E que guarida dar às caretas dos sorrisos

Os risos da idade da inocência
Os soldados que éramos quando cumpríamos
Os fantasmas dos homens
As violetas e os teus prelúdios
Tudo se une em volta de mim

Em volta de mim há o frio do céu da noite e as estrelas lá tão longe
Pequenos nadas que dum momento para o outro
Acordam a rir e a pular
Como se acabados de saltar do circo ainda de face pintada e de bolinhas de sabão
Sou o teu sorriso de perlimpimpim

Sou os teus uniformes de algoz, as tuas batalhas perdidas
Sou da tua tribo
E da tua terra

Sem comentários:

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas