domingo, 8 de novembro de 2009

Sabes, eu gosto de ti

Acho-te tão meiga e ligeira -
teus olhos tão cheios de luz,
gosto de ti, gosto de ti.

E o teu nariz e cabelos e boca,
teus olhos e teu pescoço querido
0nde na gola da tua roupa
tens teu ouvido escondido.

Sabes, gostava imenso de ser
tu, mas isso não pode ser,
a luz envolve-te, a gente é
simplesmente aquilo que é.

Ai sim, gosto de ti,
gosto tanto e tanto de ti,
gostava de dizê-lo por completo -
Mas não o consigo em concreto.

Herman Gorter in Uma migalha na saia do Universo - Antologia da poesia Neerlandesa do século vinte - Assírio e Alvim, tradução de Fernando Venâncio

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas