sábado, 29 de agosto de 2009

A violência e o escárnio


(...) - Estava à tua espera, meu príncipe! disse ela. Sonhei contigo a noite passada. Ias montado num cavalo branco e matavas um dragão medonho. Mas o dragão voltava a nascer de cada um dos teus golpes, e nunca morria. E nessas ocasiões, tu, príncipe, rias-te como um perdido... E eu bem sabia por que razão te rias. Na verdade, não querias matar o dragão; o dragão divertia-te tanto que não o querias matar. (...)

Albert Cossery, a Violência e o escárnio, tradução de Júlio Henriques edição Antígona

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas