quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Monódia



«Tê-lo conhecido, tê-lo amado
Após longa solidão;
E depois dele ser apartado em vida,
E sem culpa alguma de um de nós;
E agora perante o selo da morte —
Apazigua-me, dá-me alguma paz, canção minha!

Em montes invernosos seu talude solitário
Lençóis brancos de neve cobrem,
E sem lar, ali, o tentilhão branco paira
Sob a funérea sombra do abeto:
Vítrea agora, pois de gelo coberta, a vinha claustral
Que escondeu a mais tímida uva.»*

Herman Melville

Algures na década de 1930, um ensaísta americano considerou que era tempo de descobrir a obra poética de Herman Melville. Este é o meu modesto contributo nesse sentido para os leitores de língua portuguesa.
Mário Avelar

* Segundo alguns críticos, este poema referir-se-á a Nathanael Hawthorne, a quem o poeta dedicara Moby-Dick. É, todavia, mais crível que ele se refira a Malcolm, o filho mais velho de Melville. O poema foi, aliás, escrito após o suicídio deste.

Adaptado de: http://phala.wordpress.com/2009/07/06/os-poemas-de-melville/

Sem comentários:

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas