segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Por favor, não matem a cotovia

Três dias sem tirar uma única fotografia e que tempo esteve para tal. Quanta nuvem e que chuvada, que saudades da chuva que me não molhou, ou do vento que me não empurrou, que chuvada se esbarra contra as minhas vidraças e cá dentro, cá dentro só estou eu e o livro, eu e a minha biblioteca, não estive com meias medidas, com os meus pulmões doentes, não retirei um pé da cama e enquanto isso, bem, todo esse tempo estive entretido com um livro que achei delicioso, "To kill a mockingbird", um daqueles que nos faz reviver a infância, um daqueles que nos faz repensar a idade adulta, narrado por uma miúda duns oito anos, mas dotada duma inteligência e duma acutilância, dei por mim a desejar ser o Atticus, o pai dela, numa qualquer barra de tribunal...
Aconteceu, aconteceu que à medida que o lia eu ia melhorando, mas não apenas dos pulmões, eu fui melhorando e doravante, bem, de hoje em diante pintarei uma cotovia na minha T-shirt e chorarei enquanto me não convencer da Humanidade. Escreverei um texto breve ao qual chamarei "Scout". Em honra dela, da cotovia...

Sem comentários:

“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas