sábado, 9 de outubro de 2010

Do que eu vou lendo...

(…) Escutei com satisfação esse ruído múltiplo, de sonoridades secas e perfeitamente adequadas à melancolia das memórias antigas; e em breve o sol voltou a brilhar, restituindo-me a mim próprio, com esta imensa bênção do universo que todos experimentamos num momento qualquer das nossas vidas, a fragrância mais delicada que existe no globo, simultaneamente a mais jovem e a mais imemorial, a mais tenebrosa e a mais inocente, a mais próxima do início do mundo e a mais nova, aquela que agita no coração humano a maior tristeza e a maior alegria: o perfume da terra molhada.

Julien Green, Paris, tradução de Carlos Vaz Marques, Tinta da China

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“ A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.”

António Lobo Antunes

Prémio Histórico - Filosóficas